segunda-feira, 23 de junho de 2014

Aparados da Serra: em busca dos cânions

Feriado de Corpus Christi, hora de botar o carro na estrada de novo. E desta vez, saímos em busca do frio. Muito frio, e belas paisagens na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nosso destino: São Francisco de Paula, base para visitar o Cânion do Itaimbezinho!







A "descida" até o Rio Grande do Sul foi feita pela já conhecida BR-101. Se Laguna ainda causa congestionamentos, o resto da estrada, duplicada, garante uma viagem rápida e sem transtornos. Uma das últimas obras entregues foi o Contorno Viário de Araranguá, que evita o cruzamento da cidade e os constantes riscos de quem tinha que atravessar a estrada com fluxo intenso.


Esta viagem foi feita em um outono com temperaturas recordes (de frio) nos últimos anos. E uma das constatações bizarras de rodar com GNV a baixas temperaturas, é que o redutor de pressão do gás CONGELA. Mas não deixa de funcionar...


Pela BR-101, chegamos até Terra de Areia/RS, distante 45 km depois da divisa entre SC e RS. Alí está o acesso mais novo até a parte alta dos Aparados da Serra (há varios, desde Florianópolis): A RST 453, ou Rodovia do Sol. Uma importante via ligando o litoral até as cidades da serra gaúcha.





É uma ótima estrada, ainda com o asfalto bem cuidado, com túneis em curva e bonitas paisagens ao longo dos seus mirantes. Com exceção dos túneis, todo o trajeto é em pista simples. E não há pedágios.


Por esta estrada, são 50 km até a RS-020, já no alto da serra. A partir dalí, vira-se à esquerda, e por mais 35 km, chegamos a São Francisco de Paula. "São Chico", como é conhecida, é uma pequena cidade de 20 mil habitantes, fundada por tropeiros que ali passavam no século XIX do RS até São Paulo. Com um ambiente bucólico, mantém seus casarões antigos e ruas com pavimento de pedra, rodeada por hotéis, pousadas e cachoeiras. Um lugar perfeito para uma lua-de-mel ou para aventura.



Chegando lá, fomos conferir nossas reservas no Hotel Cavalinho Branco. E a grata surpresa: o local tem uma paisagem cinematográfica, e o prédio, em estilo antigo, já foi um antigo cassino. Entrando lá, parece uma cápsula do tempo. Móveis, decoração e até equipamentos antigos em exposição fazem qualquer um voltar ao século passado.





No hotel, gastamos R$ 180,00 por uma noite, com café da manhã incluído. Pontos negativos: não tem ar-condicionado, e o chuveiro não aqueceu direito. Pontos positivos: farta quantidade de edredons, e uma vista fantástica ao abrir a janela!

Como chegamos após o meio-dia, tiramos a tarde para almoçar, conhecer um pouquinho a cidade, e seguir para o Parque dos Aparados da Serra. E aí, uma constatação que pesou no nosso bolso: não havia posto de GNV no local, ao contrário do que tinhamos pesquisado. Ou seja, a viatura teria que seguir na gasolina. Sem escolha, apelamos para o cartão de crédito e pegamos de volta a RS-020, em direção à Cambará do Sul, distante pouco mais de 60 km do hotel. É outro lugarzinho bucólico para ser apreciado devagar. Cenário tão bacana, que estava sendo usado para a gravação de um comercial do Hyundai Elantra.







Por conta desta demora, e de errarmos o acesso mais curto, chegamos ao parque pouco depois das 16h30. E o local fecha às 17h00. O acesso até o local, partindo de Cambará do Sul, é feito pela RS-427. A mesma que desce até Praia Grande, outro destino que visitamos no ano passado, mas que está em péssimas condições, pois é uma estrada de terra, cheia de buracos, sem conservação. Para um Parque Nacional, é uma vergonha um acesso destes. Para jipeiros e trilheiros, é a festa. Passamos com a camionete, mas sem conseguir rodar a mais de 50 km/h.

Por causa disso também, chegamos lá quase no fim do expediente. Foram R$ 6,50 de ingresso por pessoa, mais R$ 10,00 pelo carro. No local há trilhas para passar o dia inteiro caminhando, de acordo com a disposição de cada um. Tivemos que nos contentar com a mais curta delas. Fizemos a trilha do Vértice, que mostra o início do cânion, com uma deslumbrante cachoeira.














A volta, após o escurecer, pela mesma RS-020, rendeu uma parada próxima a um morro que já tinha chamado a nossa atenção pelo seu formato singular. E no meio de uma das noites mais limpas e escuras que já vimos, desligamos o carro, os faróis, e descemos para contemplar a via-láctea em todo o seu esplendor. Deu vontade de ficar alí o resto da madrugada. Não fosse pela temperatura, que despencou vertiginosamente.




Sim, UM grau foi o que o termômetro da Blazer marcou no que seria um dos dias mais frios de outono em mais de uma década da região. E aí, descobrimos que o ar-quente do carro não estava funcionando... Por sorte, estávamos bem agasalhados, e o interior da camionete já esquenta naturalmente por causa do escapamento rente ao piso. 

Chegamos a São Chico por volta das 20 horas. Procuramos um lugar para jantar, e retornamos ao hotel. O Lago São Bernardo, a atração central da região, com suas águas envoltas em brumas por conta do frio, revelou outro espetáculo para ser apreciado e fotografado.





O dia seguinte amanheceu frio, e rendeu mais fotos bonitas em meio à cerração característica da região. Após um bom café da manhã, fomos aproveitar as redondezas do local.







Uma opção para não ir longe é passear pelo contorno do lago usando as bicicletas da BikeTur, que aluga triciclos, quadriciclos e até um simpático "bike-xá" (um riquixá puxado por uma bicicleta comum). 30 reais por cada veículo, que leva duas ou três pessoas, e dá para ficar mais de uma hora pedalando e fotografando.







Para completar o dia, fomos conhecer o Parque das Oito Cachoeiras, bem próximo do hotel. Chega-se até ele depois de descer uns 5 km de estrada de pedra e terra, acessível para carros pequenos. As paisagens são espetaculares. Mas a entrada nos custou 50 reais, para quatro pessoas e o carro. E eram apenas seis cachoeiras, das quais, vimos só duas devido ao pouco tempo. Provavelmente vale a pena se hospedar em uma das cabanas oferecidas, porque o ingresso é caro para ficar só algumas horas.





Para encerrar, a Aline ainda mostrou seus dotes de amazona, passeando em alguns dos cavalos à disposição na beira do Lago São Bernardo. R$ 15,00 por aproximadamente meia hora de passeio.




E finalizando o dia, descemos para Porto Alegre pela RS-020, uma pista estreita e sem acostamentos até Taquara, com algumas paisagens memoráveis do pôr-do-sol, e um engarrafamento padrão Fifa ao chegar na capital gaúcha.





 Até a próxima aventura, pessoal!

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